O
confinamento das ilusões lésbicas – troque os móveis de lugar e tudo continua
igual dentro dos olhos mais cansados que o teto. Um quarto desocupado – uma
vaga noção de solidariedade irracional. O egoísmo do teto que não deixa
transparecer estrelas sorrateiras – elas me vigiam escondidas da gata volúvel
que caça o invisível silêncio dos sonhos. Paixões sem nexo – o confinamento das
ilusões lésbicas.
Mudanças
bruscas e tudo continua igual dentro dos olhos mais cansados que a lua – um
suspiro entediado. Duas gatas dentro do quarto com sua família humana – família
feita de esconderijos e fofocas ou vontades satisfeitas de vez em quando onde
deveria ser (sempre). Sempre e toda vez que – (de vez em quando há uma rebelião
felina). E tudo continua igual – a tristeza não vê diferenças.
Azul,
vermelho, verde, rosa, lilás – tanto tanto tanto faz de qualquer forma. Paixões
sem nexo ou propósito – único intuito de prazer absoluto. Misture todas as
cores e troque os móveis de lugar – e o mundo continua igual jurando que tudo
mudou ou mudará. A liberdade respeitosa onde cada preferência ou diferença tem
seu lugar – um mundo impossível ou confinado. Confinamento das diferenças –
prisões particulares e quartos desocupados. Lilás – tanto tanta tanta falta faz
no mundo mais sem nexo dos quadros em movimento.
Paixões sem
nexo e sem solução – tanto tanto faz tanta tanta falta faz. Um coração frio e
desocupado – confinado. Doces ilusões que caso fossem verdadeiras seriam (-:
, sonhos –
o silêncio dos sonhos. Duas gatas e sua pequena família humana em harmoniosas
reuniões no restaurante japonês. A televisão repassa imagens sem nexo e sem
solução – e o carpaccio de salmão com harumaki são as primeiras peças do
rodízio degustação. Pausa e silêncio – tranque as portas ao chegar em casa. E
ignore a televisão vizinha ligada no máximo volume. Escolha uma música de sua
preferência ou veja de novo um filme muito bom – ou leia um livro ou deite e
sonhe.
Liz
Christine
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