segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Refletindo sobre águas límpidas


Reflexos de verde e de lilás (...),

Tudo passeia diante dos meus olhos na mais pura incompreensão de cada dia (...),,

Sentidos apurados, e cada vez mais apurados os sentidos obtusos refletindo sobre águas límpidas – :

Pensamentos circulares desenhando curvas sobre o chão tão branco quanto as idéias todas que passeiam diante dos meus olhos na mais pura incompreensão de cada dia :)

Uma massagem colorida de verde e lilás sobre meus ombros e um brilho labial sabor morango completam o ciclo de sabores flutuantes sobre águas límpidas – :

Meu mundo em câmera lenta escorrega engatinhando sobre o chão branco onde a gata dorme sonhando cada vez mais ;-)

Um sonho onde reflexos de verde e lilás desenham uma boneca com cabelos negros e cacheados sorrindo para as nuvens que aguardam a chegada da lua em pleno inverno (...).

Pensamentos circulares se completam sempre em manutenção constante de seus próprios desejos ou sonhos insones,,

Imagens se repetem constantemente ampliando cada vez mais sentidos apurados que desenham sombras inexistentes sobre os reflexos de verde e lilás (...),

Amor nunca é o suficiente mas sempre preenche a mais pura incompreensão de cada dia –

E é tão simples o que quero de ti neste instante em que as palavras observam as estrelas ali tão próximas (...).

Liz Christine

sábado, 13 de novembro de 2010

Fada da grama verde


Cerejas em conserva e um cacho de dúvidas mais um balde de respostas sem perguntas imaturas. Flutuo com um peso sobre os ombros e escorrego na direção contrária do meu desejo. Desejo no instante seguinte um par de seios nus onde vou descansar meu cachinho de dúvidas insones. Desejo mergulhar em uma piscina preenchida por sorvete cremoso com calda de brownie onde vou procurar minha dona mais uma vez e sempre até descobrir que só pertenço a mim mesma de novo. Tudo muda e tudo acaba nos instantes que se seguem ao vôo da lua – então o melhor é não mergulhar mais meu rosto sem disfarces em teus seios nus. A ausência de respostas gulosas me faz pensar de novo em noites perdidas preenchidas por champagne e beijos saborosos. Em meio à tempestade de respostas sem perguntas imaturas, teu corpo de fada da grama verde me convida a esquecer quaisquer dúvidas acerca de amores insanos perdidos no tempo que transcorre inatingível nos instantes congelados na memória de uma gata branca reaprendendo a falar.

Liz Christine

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sonhos e casulos


Então me refugio dentro de sonhos, e dos sonhos vou tecendo casulos, e dos casulos eu te observo tranquilamente, até que os casulos derramem chuva, e com a chuva eu preencho piscinas turvas de tanto suspirar (...). Uma xícara de café concentra toda a indecisão do planeta que tento atravessar para fugir do outro lado oposto ao teu olhar que bóia na piscina preenchida pela chuva inquieta de tanto sonhar com conchas marinhas (...). E as estrelas suavizam os sonhos que desabrocham em teias de diamantes e esmeraldas plenas de inocências amedrontadas (...). Ah fugir em pensamentos espiralados e turvos de tanta impaciência para com o planeta do qual tento fugir cada vez mais e toda vez que. De tanto suspirar atinjo a plenitude do instante mais que perfeito onde gemidos preenchem o quarto iluminado pelo dia que se segue à madrugada febril (...). Tua língua percorre o rio que mora dentro de sonhos que vão tecendo casulos até que toda a indecisão concentrada em uma xícara de café saia fugida voando pela janela com tela do décimo andar (...).

Liz Christine

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Cream on my coffee


Vários rostos flutuando no mar e não se consegue mais uma pausa no desabrochar de idéias em constante mutação. Sibyl Vane e muitos mais nomes escondem minha nudez inconstante que se enrosca em silêncios – sempre o imutável silêncio decorando o chantilly sobre o café expresso. Afugentar todos os rostos flutuando no mar para reencontrar um equilíbrio que jamais atinge seus objetivos porque a gata sonha mais do que suspira. Teus seios em contato com meus seios em um abraço que concentra toda a eternidade de um amor impossível (...).

Liz Christine

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Verdades volúveis


Um silêncio profundo envolve a minha nudez. Todas as palavras talvez se escondam no balde sobre a grama. Um miado distante quebra o silêncio e descubro que as telas acordam minha sede. Não durmo a noite inteira buscando uma frase impossível. Todas as imagens flutuantes soam parcialmente impossíveis em meio à inércia desse instante. Quero aquela, apenas aquela, e depois muitas outras (palavras). Parcialmente desnecessário dizer que dúvidas desenham formas sobre meu corpo. Buscando fadas dentro da minha insônia esbarro apenas em memórias que se bifurcam. Dentro do silêncio flui um rio sorridente e duvidoso que abstrai quaisquer sensações enquanto foge das estrelas ou do mar. Eu quero aquela, e mais aquela outra, e muitas outras (palavras). Mas reencontro apenas um silêncio profundo envolvendo todas as idéias que teimam em surgir toda vez que tento mergulhar meu rosto no mais puro esquecimento de todas as verdades volúveis.

Liz Christine

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Poesia e Amor-Próprio

Esperança se suicidou e morreu muito jovem. Sabes que eu a detesto? Ela me assombra vez por outra em plena madrugada. Nunca existiu alma mais parva que Esperança. Mesmo defunta, ela ainda é capaz de causar alguns estragos nos vivos. Esperança era cafona e tinha um péssimo gosto para se vestir ou pentear os cabelos tingidos. Enquanto eu tingia meus cabelos de rosa-bebê ou vermelho intenso aos dezesseis anos, vi fotos antigas de Esperança aos quinze anos com os cabelos super mal pintados e em penteados tenebrosos. Enquanto eu fazia as unhas toda semana, Esperança roía as unhas descascadas. Ela se foi e já foi tarde. Afinal quem precisa dela, é porque não está nada bem. Só procurava Esperança quem realmente estava mal de vida, por isso eu sempre a detestei. Nunca precisei dela, nem em dias ruins ou desastrosos e menos ainda em dias maravilhosos. Sabes quem é minha amante? A Poesia. E meu amante? O Amor-Próprio. Tenho amantes de ambos os sexos mas só consigo amar plenamente as amantes (nunca os amantes). Porque às amantes dou tudo, aos amantes dou nada. Nunca darei nada. O Amor- Próprio é o único amante compreensivo que nada me exige pois pensa apenas em me dar prazeres (e como nos entendemos bem). Permaneço intocável aos amantes do sexo oposto que não passam nunca de amores platônicos e jogos mentais que me distraem de forma abstrata. As amantes são reais, os amantes são imaginários.

Liz Christine