sábado, 13 de novembro de 2010

Fada da grama verde


Cerejas em conserva e um cacho de dúvidas mais um balde de respostas sem perguntas imaturas. Flutuo com um peso sobre os ombros e escorrego na direção contrária do meu desejo. Desejo no instante seguinte um par de seios nus onde vou descansar meu cachinho de dúvidas insones. Desejo mergulhar em uma piscina preenchida por sorvete cremoso com calda de brownie onde vou procurar minha dona mais uma vez e sempre até descobrir que só pertenço a mim mesma de novo. Tudo muda e tudo acaba nos instantes que se seguem ao vôo da lua – então o melhor é não mergulhar mais meu rosto sem disfarces em teus seios nus. A ausência de respostas gulosas me faz pensar de novo em noites perdidas preenchidas por champagne e beijos saborosos. Em meio à tempestade de respostas sem perguntas imaturas, teu corpo de fada da grama verde me convida a esquecer quaisquer dúvidas acerca de amores insanos perdidos no tempo que transcorre inatingível nos instantes congelados na memória de uma gata branca reaprendendo a falar.

Liz Christine

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