quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sonhos e casulos


Então me refugio dentro de sonhos, e dos sonhos vou tecendo casulos, e dos casulos eu te observo tranquilamente, até que os casulos derramem chuva, e com a chuva eu preencho piscinas turvas de tanto suspirar (...). Uma xícara de café concentra toda a indecisão do planeta que tento atravessar para fugir do outro lado oposto ao teu olhar que bóia na piscina preenchida pela chuva inquieta de tanto sonhar com conchas marinhas (...). E as estrelas suavizam os sonhos que desabrocham em teias de diamantes e esmeraldas plenas de inocências amedrontadas (...). Ah fugir em pensamentos espiralados e turvos de tanta impaciência para com o planeta do qual tento fugir cada vez mais e toda vez que. De tanto suspirar atinjo a plenitude do instante mais que perfeito onde gemidos preenchem o quarto iluminado pelo dia que se segue à madrugada febril (...). Tua língua percorre o rio que mora dentro de sonhos que vão tecendo casulos até que toda a indecisão concentrada em uma xícara de café saia fugida voando pela janela com tela do décimo andar (...).

Liz Christine

Um comentário:

Naya disse...

eu adoro essa escritora.