sábado, 19 de setembro de 2009

Et ça me fait quelque chose


Sim? Eu (…). Sempre eu – a primeira a fugir e a última a desistir. É que simplesmente ainda acredito (...) – sim? Acho que ouvi qualquer coisa que não compreendo bem. Eu apreendo o mundo através de (...). Simples. Ainda assim é simples – basta. Eu não sei esperar e basta um começo. Apenas um começo que não importa tanto assim – mas eu sei (...). Sei que apreendo de alguma forma algo que me escapa de vez em quando. Eu acordo lentamente – e a primeira coisa que me pergunto ao acordar é: quando? Não me faço tantas perguntas porque pouco me importa, desde que eu sinta. Nem sempre é possível. Não sei, sabe? Desde que eu sinta que ainda posso sentar no teu colo sem me importar com nada mais, e desde que eu sinta que não preciso tanto assim escolher entre bonequinhas de chocolate e a primeira coisa que ando me perguntando ao acordar – talvez eu me reencontre então. Talvez eu me reencontre então sem me perder mais de vista em meio à insanidade de um olhar – mas quem me olha quando quero me esconder?

Liz Christine

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Insana fragilidade


Um brilho – uma idéia que passeia lá longe. Mas eu descarto – descartando a possibilidade de te amar incondicionalmente, eu me liberto do peso. Eu me liberto do peso que cabe no desespero da incomunicabilidade te comunicando que não posso ainda e talvez nunca tão cedo. Eu não posso amar enquanto dúvidas se multiplicam dentro de saudades longas e mais fortes que minha insana fragilidade. Eu posso atingir a liberdade e nadar dentro dela mergulhando em ti? Eu quero andar de mãos dadas e ser abraçada pelo amor inquestionável que mora dentro de cada recado – mas é real dentro de ti mais que em meu olhar? Eu te observo lentamente e estudo cada hesitar ou se atirar minha – minha fragilidade e minha incerteza mais a minha inquestionável ser quieta me expandindo. Eu vou me espreguiçar a cada acordar me perguntando se isso realmente vale a pena – ou: eu vou mergulhar em cada sentimento teu sem me perguntar nada e sem te perguntar muita coisa. Não tenho muito como saber e nada importa realmente – nada além de saudades fortes e encontros intensos. Reencontros esperados com ansiedade e. A certeza da possibilidade concretizável. A incerteza da dúvida que se desfaz – não me prenda nunca, eu não pretendo. Não, eu não pretendo mas ainda posso – ou não?

Liz Christine

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O quanto antes possível


Ou eu preciso de música ou eu preciso de silêncios ou preciso de ti mais uma vez e sempre até que não se saiba mais olhar ao redor – eu olho ao meu redor procurando qualquer coisa, qualquer coisa que me faça te esquecer. Mas eu quero te esquecer? Talvez, mas é provável que não e improvável que eu talvez pudesse. Um colo. Ou eu preciso de um colo ou eu preciso fugir sempre antes que, ou eu preciso me concentrar ou eu preciso me distrair. Eu só não preciso lembrar como a destruição me altera – não sei se devo destruir meus medos ou meus ideais, ou minhas vontades ou minha hesitação. Eu preciso te encontrar logo. Antes que eu seja da outra metade – eu não te amo totalmente. Uma parte te espera, a outra não. Talvez eu possa mergulhar completamente no verde das asas de uma fada. Mas não sei ainda se posso mergulhar em ti – e nem sei o que te espera ou. Ou quem me espera (...). Pelo menos uma ação tua – a mais doce e suave possível, com ou sem olhares de fadas. As fadas também poderiam. Mas de resto, eu não sei mais – aliás, eu nunca soube, nem ontem nem quando eu te encontrar. Quando?

Antes.

O quanto antes possível (...).

Liz Christine

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Intuição passiva


Não sei muito bem sobre quase nada que importe ao casulo necessário à minha breve fuga de uma realidade desnecessariamente sufocante – eu quero (a liberdade que se encontra apenas em uma ação concreta e teoricamente esvoaçante). Sim, algumas teorias podem nascer de prática e observação e experimentação – ainda assim, e mesmo assim, e assim por diante, teorias teoricamente diferem (e muito) de práticas. Na prática eu estou meio perdida no momento, meio perdida e muito desconcentrada – mas teoricamente eu devo saber ou intuir ou sentir que todos os sonhos são em parte passíveis de serem inesquecíveis. Intuição passiva e sede incontrolável. Eu quero uma ação determinada em que cabem algumas possibilidades. Possibilidades que agora desconheço. A cada dia que passa ou que nasce eu desconheço mais e mais e assim por diante, em parte vulnerável, em outra parte carente, e mais em alguma parte à parte distante de ti. Vulnarável a cada toque, um leve toque de asas acariciando meus seios, as asas que eu não vejo desde que me decidi a não esperar mais. Não, eu não vou esperar nada nem ninguém. Eu vou buscar qualquer coisa, e qualquer coisa é mesmo qualquer coisa – entendeu? Qualquer coisa em ti me confunde e qualquer outra coisa em mim é pura dúvida.

Liz Christine