quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sereias


Um ritmo ininterrupto de carências satisfatórias – a gata se enroscando nas sombras da música.

Uma ausência perturbadora – as paredes comprimindo o descaso das sereias.


A repetição constante – os redemoinhos sugando a energia das estrelas.


O caramujo quer arrastar as árvores para a beira do lago. A gata branca observa o ritmo do banho da gata rajada. E o ritmo ininterrupto de carências satisfatórias move o mundo incessante da propaganga diária. O erotismo se escondeu em gaiolas douradas. As patas flutuam em barcos de brinquedo. E a ausência de sentido perecível emerge do fundo do lago. As proibições crescem nos galhos das árvores frutíferas. Os cavalos passeiam pelos estábulos. E a mudança se mostra diante dos espelhos. A vulgarização dos sentidos mais sutis e os esconderijos das sereias diante de tantos redemoinhos. A repetição constante no ritmo das mudanças incessantes que andam em círculos e se perdem no labirinto de gaiolas douradas. O cansaço e o descaso – as proibições e as repetições. As mudanças e os retrocessos – o ponto de partida e o retorno. O erotismo se escondeu em gaiolas douradas. E a gata se enrosca nas sombras da música enquanto as sereias ignoram o mundo incessante da propaganda diária. As sereias querem seduzir a lua enquanto o ritmo ininterrupto de carências satisfatórias escolhe o sapato mais bonito da loja. E a solidão reina na opressão das paredes enquanto as sereias se beijam dentro do mar.


Liz Christine

domingo, 9 de outubro de 2011

Realidades compartilhadas


O mar exalando aroma de framboesas frescas – a maresia dorme no parapeito das janelas. A letra da música virada do avesso e as xícaras transbordando inércias virtuais. Os amores dos séculos já ultrapassados acordam a instabilidade da maresia – a letra da música virada do avesso informa a ilusória satisfação das fantasias mais inocentes.

O mar exalando aroma de framboesas frescas – a maresia sonha acordada dentro do chuveiro. As ilusórias alegrias momentâneas se refazem na colher cheia de doce-de-leite. Os prazeres reais e inocentes se redesenham indefinidamente nos sonhos tecidos por aromas agradáveis aos sentidos ilimitados.


O gato mais doce do mundo ronrona ao ser acarinhado e suspira como um anjo ao dormir suavemente. O gato mais doce do mundo acompanha o movimento da coleção de borboletas beijando as flores. Os amores dos séculos já ultrapassados flutuam nos aromas que invadem as flores crescendo livremente ao redor de silêncios compartilhados.


Um casal de mulheres se beija dentro do quarto lilás. A simetria da letra da música define o sabor da realidade absorvida pelos sentidos ilimitados. Os sonhos praticados dentro do quarto lilás são sussurrados em poemas musicados. O aroma de J’adore se espalha no vento que suaviza a instabilidade da maresia – e o amor já ultrapassado retorna na simetria das realidades compartilhadas.


Liz Christine

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A liberdade dos sentidos impressionáveis


A permissividade dissonante das cabrinhas destoa do quadro de equilíbrios emocionais parcelados mensalmente. O leite desnatado pingado no café bem forte contorna os presságios delineados no tempo instável. As mudanças climáticas transtornam a sede dos golfinhos sociáveis. A sociabilidade fugitiva das gatas insones acorda os afetos espalhados sobre o chão. E a música envolve todos os instantes de pura impressão incompreendida. As primeiras impressões desenvolvem aromas parcialmente familiares e doces. Enquanto o rio corre quieto, a colônia de sapos racionais reinventa distrações pausadamente obscuras. E o equilíbrio emocional das sensações impressionáveis expõe os principais postos de troca de singularidades parceladas mensalmente. A falta de bom senso das sensibilidades embaralhadas disfarça a maresia se apoderando das cenas corriqueiras que se repetem a cada despertar. A coelhinha rói a racionalidade dos sapos durante as refeições enquanto a permissividade dissonante das cabrinhas tempera o harumaki que será degustado às quatro horas da manhã. E a caixinha de música gira no ritmo das sensações impressionáveis a serem desembaralhadas durante o despertar dos sonhos embrulhados para presente. Presenteando sentidos super-concentrados com aromas envolventes e perfumes da Dior. O sotaque francês do embrulho de presente acorda toda a variedade de informações desencontradas. E a essência dos versos acalorados que amenizam a temperatura do inverno rigoroso saboreia a doce compreensão dos afetos recíprocos. A luz azulada que ilumina o banheiro destila a suavidade dos abraços aconchegantes enquanto as gatas apuram a audição durante o concerto das torneiras. Conserte as imprudências do rio que corre quieto e descanse das obrigações diárias durante um banho de imersão em músicas atemporais – e saboreie a permissividade dissonante dos sonhos inocentes embrulhados para presente e envolvidos em perfumes e aromas que flutuam durante a doce entrega das borboletas à liberdade dos sentidos impressionáveis.

Liz Christine

sábado, 1 de outubro de 2011

Aurora boreal


A graciosidade refletida nas cores da aurora boreal transparece na madrugada. Diga adeus à insanidade que movimenta as asas do anjo tão inquieto e presente durante as refeições diárias. Toda a sorte desperdiçada das paixões completas e abandonadas acena ao longe. Tão distante e plena é a satisfação de quase todos os devaneios embalados por ondas suaves porém intensas. Alcançando a satisfação tão distante e tão real quanto a ausência voluntária de palavras excedentes. Apenas o essencial flutua na voz que embala sonhos praticados durante a madrugada. Praticar sonhos e respirar a graciosidade refletida nas cores da aurora boreal enquanto a insanidade movimenta as asas do anjo. Diga adeus aos problemas enquanto o dia não amanhece. Toda a sorte das paixões completas e abandonadas acena ao longe enquanto o gato cor de doce-de-leite sonha com borboletas. Praticar sonhos e viver em desacordo com a racionalidade das noites frias. Praticar devaneios embalados por ondas intensas e acarinhar a gata branca que vive nas nuvens do teto. O gato preto que tem nome de anjo seguindo a trilha de catnip reencontra a satisfação tão distante e tão plena das ondas retidas pela música que invade a madrugada. A música feita de sonhos praticados e enfeitada pelos efeitos harmoniosos das paixões desperdiçadas que retornam em formato de plenitudes desavisadas.

Liz Christine