quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sereias


Um ritmo ininterrupto de carências satisfatórias – a gata se enroscando nas sombras da música.

Uma ausência perturbadora – as paredes comprimindo o descaso das sereias.


A repetição constante – os redemoinhos sugando a energia das estrelas.


O caramujo quer arrastar as árvores para a beira do lago. A gata branca observa o ritmo do banho da gata rajada. E o ritmo ininterrupto de carências satisfatórias move o mundo incessante da propaganga diária. O erotismo se escondeu em gaiolas douradas. As patas flutuam em barcos de brinquedo. E a ausência de sentido perecível emerge do fundo do lago. As proibições crescem nos galhos das árvores frutíferas. Os cavalos passeiam pelos estábulos. E a mudança se mostra diante dos espelhos. A vulgarização dos sentidos mais sutis e os esconderijos das sereias diante de tantos redemoinhos. A repetição constante no ritmo das mudanças incessantes que andam em círculos e se perdem no labirinto de gaiolas douradas. O cansaço e o descaso – as proibições e as repetições. As mudanças e os retrocessos – o ponto de partida e o retorno. O erotismo se escondeu em gaiolas douradas. E a gata se enrosca nas sombras da música enquanto as sereias ignoram o mundo incessante da propaganda diária. As sereias querem seduzir a lua enquanto o ritmo ininterrupto de carências satisfatórias escolhe o sapato mais bonito da loja. E a solidão reina na opressão das paredes enquanto as sereias se beijam dentro do mar.


Liz Christine

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