sábado, 3 de setembro de 2022

A Esfinge e o Tempo


 

   E eu olhava

 

E via e olhava

 

   Atentamente

Intensa e sutilmente

Atenta e profundamente

 

  Olhava e via

 

Distraidamente

 

E quanto mais olhava e via

 

As safiras sorriam

 

As esmeraldas e águas-marinhas falavam

E rubis escondidos novamente

 

Tudo nos olhos da gata

 

Todo o arco-íris se espreguiçava

 

E ela fechava os olhos e ronronava

 

E depois me olhava

 

    Atentamente

Intensa e sutilmente

 

E era doce e amável

 

E eu fechava os olhos e ouvia

 

As suaves declarações da lua

 

E o eterno aroma da dama-da-noite

Que plantaram um pouco perto daqui

 

E me falaram sobre os parênteses e as janelas

 

E então fechei um pouco as janelas e li

 

Li vozes tão distantes mas tão compreensíveis

E sonhos tão nítidos

 

E aquele lince reapareceu

 

O lince que se chama Fafisa

 

De alguma outra página.

 

Liz Christine