sábado, 9 de junho de 2012

Lua desbotada



As capacidades transitórias se diluindo nas abstrações parcialmente suaves porém intensas. Ah, tolices fúteis guardadas na geladeira – o eterno retorno da singular cadência das quebras de sentido. Não há mais vontades imperiosas – apenas dúvidas abstratas e gentis. Não há mais amores absolutos – apenas o impulso do prazer entediado. Nem há mais borboletas flamejantes ou babuskas adoráveis – apenas um reflexo desbotado do que foi a lua em uma doce madrugada durante o inverno mais atencioso do mundo.

Ah, tristeza corroída por cupins festivos – o gato fareja a aproximação dos amores platônicos dissimulados sob as ruínas do tédio depressivo. A depressão está em toda parte – em cada recanto do silêncio amaciado. A maciez das carícias feministas se diluindo na completa absorção dos valores românticos trancados na estante de livros.

A babuska acaricia as costas da gata ronronante e retorna ao seu posto de observações da singular cadência das rupturas de sentido. As cores se intensificam quando a onda dissimulada atinge o extremo da satisfação particular – a poesia do mar redesenha amores platônicos durante o silêncio da lua desbotada. O casal de mulheres atravessa a esquina da banca onde se compra seda sonhando com o indizível ou impraticável acordo entre as carícias feministas e o romantismo enterrado na areia.

Liz Christine

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