O merecido
descanso derrete as porções de sentimentalismo dúbio congelado sem prazo de
validade legível. A data pontilhada da desordem generalizada – a validade
instável das variáveis indeterminações supostamente prontas para serem
consumidas. O gato doce – tão doce – espia o merecido descanso das
improbabilidades sentimentais que circulam na mediação das harmonias
torrenciais. E o clima agradável anuncia uma repentina troca de humor – onde
havia incertezas, há agora desenvolturas sensoriais.
A gata
branca com manchinhas pretas dormindo grudada na gata ruiva – a primeira tem
seis anos, a outra tem quatro anos. Sonham juntas enquanto se enroscam nos
bolinhos de catnip servidos com chá às duas da manhã no apartamento com tela em
todas as janelas. Comem fatias de sashimi ou salmão ring ou carpaccio de salmão
enquanto namoram na quietude da alta madrugada. Ambas têm insônia e aproveitam
os momentos de descanso quando as corujas trabalham arduamente.
Onde havia
hesitação, há agora euforia silenciosa. Uma euforia silenciosa se instalando na
fonte com água sempre fresca onde as duas gatas trocam informações sobre o
cotidiano febril das corujas – e também sobre o clima agradável das músicas
intimistas recheadas com miados e maresia. A larica dos bolinhos de catnip
servidos com chá é saciada com casca de laranja cristalizada ou com ronronantes
passeios pelo corredor que liga os quartos da casa. As duas gatas escovam os
dentes e adormecem abraçadas – prontas para mais uma segunda-feira cheia de
tarefas que serão recompensadas nos próximos dias de merecido descanso.
Liz
Christine
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