sexta-feira, 6 de julho de 2012

À margem da vida


 O bloqueio sentimental das horas ocultas

Sofrimento permanente das asas corroídas

Liberdade inatingível das ondas lúcidas

Tristeza e ausência no rosto da boneca de porcelana

Liberdade atrofiada sem a movimentação das babuskas

Inútil evolução da espécie

O jardim das borboletas lésbicas permanece oculto

Oculto em fantasias libertárias de delicadeza e suavidade

O mundo autoritário e até hoje sexista

O mundo corrompido com suas asas negras

Enquanto as asas das borboletas sobrevoam verdades ocultas

O bloqueio sentimental das horas ocultas

O mundo corrompido bloqueia fantasias doces

O mundo autoritário corrompe a inocência eterna

A inocência daquela espécie em extinção

A espécie que sonha com doçura

A espécie que cria ou inova ou reconstrói

A espécie que ainda acredita na arte verdadeira

Ou em amores que não se decompõem com as corrosões do tempo

A espécie em extinção que vive isolada

Espécie sem seguidores ou seguidoras

Espécie à margem da vida

Excluída das preferências massificadas

Espécie condenada à loucura ou à poesia

Ou ao sonho eterno que não encontra nenhum pouso seguro

Flutuando entre sonhos e rotinas fúteis

Entre a realidade massificada da qual não se pode fugir

Mas por dentro – sempre à margem da vida

Liz Christine

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