sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Além dos sonhos


A insanidade que mora nas orelhas do cavalo branco (...),

– jogue fora todas as palavras compartilhadas com o vento frio.

Trancar as portas agora – guarde toda a incoerência na gaveta de lingeries.

E os sonhos – tão divididos quanto a lua.

Não se esqueça de tirar a cinta-liga do varal onde pendurei duas xícaras de silêncio (...),

– não me esqueça também de rasgar aqueles desenhos e recomeçar de onde parei:/

(Onde foi que parei? Onde estacionei toda a tua incoerência que transborda em olhares insanos?)

Quero doçura sem calorias e reencontro amargura gordurosa – como é pegajosa a amargura (e contagia);...:/

Ah esquecer – sempre e a todo instante.

Esquecer cada palavra compartilhada com o vento frio para reencontrar meu equilíbrio passageiro (...).

Tudo passa e só restam boas lembranças depois do tratamento contra caracóis –

Preciso conversar com as babuskas (:

Ah a gata branca foi observar a lua lá na varanda telada enquanto reorganizo rascunhos incompletos e sensações inacabadas que se transformam em desenhos pontilhados –

Já foi-se o tempo das sensações completas e plenas ;)

Toda a plenitude que mora em sensações completas e intensas ficou retida dentro das babuskas –

E no chão desse quarto eu espalho mais uma vez as palavras recebidas diariamente que nada dizem à inquietude dos sabores da incompreensão:/

O cavalo branco conhece bem o mundo – eu é que nada conheço além dos sonhos (...).

Além dos sonhos e das observações através de sensações fragmentadas,;,;

– nada conheço além dos livros que moram em minha estante e das asas que ainda não conseguiram me arrancar (...).

Liz Christine

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