sábado, 5 de fevereiro de 2011

Dentro da escuridão do quarto


O vento sussurrando desvia toda a minha atenção dentro da escuridão do quarto – entre uma palavra e outra há breves e suaves pausas (...).

Descansando todas as inquietações em teu seio esquerdo, esqueço por breves instantes tais palavras sussurradas pelo vento (...).

Nem sei bem o que quero – nem imagino mais as doces possibilidades de fugir antes de descobrir todas as verdades deixadas na primeira gaveta do armário (...).

A profundidade de um intenso desabrochar de compreensões passageiras envolve o quarto durante horas de pura e volúvel paixão ocasional –

Uma paixão tão circunstancial quanto silêncios breves durante a insônia que atravessa madrugadas em claro:

A paixão ocasional que descanso em teu seio esquerdo, noite após noite, há mais de cinco anos, ou desde que te encontrei – mas é assim mesmo (...).

Eu preciso negar – ou fugir – ou chamar de paixão circunstancial – não é mesmo?

Ou então procurar mais sentimentos efêmeros para esquecer todas as verdades deixadas na primeira gaveta do armário (...).

É assim mesmo – é tão bom quanto te vejo que preciso dissimular e desviar minhas atenções ou dividir minhas atenções com qualquer distração boba (...).

Mas toda a minha concentração volta por breves instantes e depois se espalha ao redor do quarto (...).

Palavras flutuando dentro da escuridão do quarto (...).

Liz Christine

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