quinta-feira, 3 de junho de 2010

A little bit of rhythm and a lot of soul


Vários cigarros e um único e imenso tédio – ah que faço eu das nuvens que pairam alheias ao redor dos meus cachos soltos e úmidos de pós-banho de piscina aquecida repleta de gotas de indecisão pausterizada? Ah que faço eu de uma imagem fluida que se repete noite após noite em meus sonhos concisos e confusamente sombreados de cores diversas?, e sempre as mesmas notas adocicadas se alternando em uma mente parcialmente inerte e ligeiramente destoante da grama fresca (...). Há algum tipo de romantismo no ar que me estonteia? Há algum tipo de doçura na voz que ouço lá longe? Tudo fica tão distante quando fecho os olhos e me concentro em algum ponto do outro lado do universo que mora em meu coração onde piso sem dó toda vez que tudo fica tão distante ao fechar os olhos para me concentrar em um ponto divergente da minha breve existência pós-banho de piscina aquecida (ah diz que entende, vai). Diz que entende este tédio único que se espalha pelo meu corpo inteiramente nu que convida a lua ou as estrelas a quebrar o silêncio com gemidos pausadamente insones e gulosos (...). Um desejo construído sobre as ruínas do tédio insone – preciso sair e encontrar uma amante para quebrar o gelo que escorrega da minha nuca às minhas costas para encontrar em seguida meu umbigo entediado. Buscar amores extremos e grandes reencontros profundos com a minha ligeira vontade de viver mais e mais – até que ponto os gemidos pausadamente insones e gulosos quebram a rotina de contas a pagar e desentendimentos diários? Eu não preciso de mais palavras – entende? Todas as possíveis amantes vêm com um arsenal de palavras e diálogos previamente estabelecidos sem a minha participação (fico ausente, e como falam) – fala-se muito mais do que se faz, sempre. Declarações de amor e afeto sem que eu nada pergunte e sem que eu acredite totalmente fazem crescer a minha insatisfação – onde é possível encontrar a verdade plena de um encontro absoluto e profundo? Não acredito em mais ninguém... por enquanto. Ou daqui em diante... não quero ouvir nada mais. Quero ver ações e, principalmente, quero desfrutar dos prazeres extremos e rápidos da cama desfeita (...). Vem logo curar meu tédio, mas não tente exigir mais que isso antes de me convencer que tuas palavras são reais ou sinceras. Depois caia fora e me deixe sonhar com amores impossíveis que só existem em contos de fadas – compreendeu? Só creio em amor depois das provas concretas... das quais posso inclusive duvidar.

Liz Christine

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