domingo, 9 de março de 2008

Rosas com ylang ylang


Pego uma tesoura de unhas bem afiada e escrevo teu nome num sabonete de rosas com ylang ylang. Tomo banho e teu nome desaparece do sabonete perfumado que espalha o aroma no banheiro cheio de vapor d’água. Banhos muito quentes. Noites sufocantes. Por que teus olhos verdes não desaparecem dos meus pensamentos vermelhos? Like something that seeks it's level, I wanna go to the devil… Meu olhar se volta para antes, e antes que você me deixasse, houveram rosas vermelhas às seis da manhã em ruas desertas de Copacabana ou da Glória. Eu olho para frente agora e vejo indiferença. Por onde você anda? Mudou muito? Esqueceu tudo? Os nomes pelos quais você transformava tudo em um mundo encantado à parte da rotina que todos enfrentamos. I want to see some dissipation in my face, I wanna be evil, I wanna be mad, but more then that I wanna be bad... Sei que não fomos um modelo de tranquilidade e maturidade, mas tudo em você me faz falta. Teus braços me apertando, teu ombro me servindo de travesseiro, todos os beijos em banheiros por aí. Ainda te amo, bonequinha malcriada. Você gritava de vez em quando e eu sentia arrepios quando você chegava com doçura para tudo ficar de novo bem e maravilhoso – como era maravilhoso dormir e acordar na mesma cama que você. Mas não quero nostalgia. Você é presente que carrego em desenhos coloridos na minha pele e tua lembrança respira dentro de mim hoje e sempre. Quero te reencontrar e contar tudo que passei depois das crises. Mas você não entenderia talvez... ou entenderia?

Liz Christine

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