Apenas a
língua – é assim a ideal – a língua ideal das borboletas surrealistas
sussurrando doces fantasias perfeitas em francês ou em qualquer outra – língua
– frases entrecortadas e reticências (...) – sentidos entre parênteses ou camuflados
em reticências – procurar sempre...
Procurar a
todo instante – a língua ideal – a fantasia concretizada – borboletas
surrealistas ou gatas de raças não definidas – não definir – apreciar – superar
– superar transtornos – o transtorno que é (...) –
O
transtorno que é não te encontrar mais – a quase perfeição em formas de fada –
a língua ideal com sotaques afrancesados – você ou qualquer outra – nada mais
me serve agora (...) – agora que a tristeza se apodera...
A tristeza
do amor impossível se apodera de cada instante de extrema solidão – a solidão
das incompreensões indefinidas – não sei mais muito bem – je ne sais pas – não
sei mais muito bem se quero esta ou aquela...
Esta suave
e aquela intensa – esta doce e sutil e aquela chegada aos extremos da paixão
decorada com contradições – esta tranquila e constante e aquela imprevisível e
alucinógena – aquela surrealista e esta compreensível – a que me tranquiliza e
conforta ou a que me acorda e provoca o que de pior há em mim...
O que de
pior há em mim – os extremos da contradição açucarada – sentimentos dúbios –
dúvidas salpicadas com indiferença – vinganças suaves ou quase suicidas – não
se transtorne com extremos – não acredite em vinganças fantasiadas em silêncio
– nada é real...
Nada é real
exceto os prazeres – a língua perfeita das borboletas surrealistas ou gatas
notívagas – tão insones quanto a lua – a lua solitária que perdeu sua amante
favorita (por pura vingança)...
Não
acredite em vinganças parciais – sentimentos doces – a doçura guardada em
esconderijos inacessíveis – as partes mais fragilizadas quase sempre camufladas
– mostre o pior lado às vezes – defenda-se – defenda-se de sentimentos doces e
suaves perfumados com J’adore...
Defenda-se
do romantismo maldito ou adorável – maldito ou adorável? Je ne sais pas – tudo
depende...
Depende de
você ou de qualquer outra – não depende de mais ninguém – nada mais me serve –
acabou – acabou – acabou – minha favorita foi-se – só servia esta ou aquela –
esta que escuta Edith Piaf ou aquela que ouve Tricky...
Esta que
sonha e aquela que vive cada instante – esta que idealiza amores e aquela que
vive o presente sem se incomodar com amanhãs – Laisse le temps, oublie demain –
Oublie tout
ne pense plus à rien – esta suave e aquela intensa – as duas se repetem em
sonhos ou memórias...
Amores
dúbios – dividida entre sonhos e memórias – que venha a próxima – a próxima
xícara de chá – também serve café – chá ou café ou nada – nada mais me serve –
acabaram-se os amores lésbicos – que venha a próxima – que não me apareça mais
ninguém – je ne sais pas – oblie tout – esquecer nunca mais – esquecer nenhum
sonho, esquecer nenhuma realidade, esquecer nenhuma língua com sotaque
afrancesado ou
Ou
sutilezas apaixonantes...
Liz
Christine
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