Nada a
declarar – o tédio queimou todas as ervas purificadas pelas desilusões
permanentes (...). Cabelos longos e ondulados naturalmente – a absorção da
plasticidade felina. Movimentos breves – o tédio se desmancha durante a lua cheia
ou crescente. E a plasticidade felina derretendo as severas críticas ao consumo
exagerado de pastilhas anti-estresse. Ah, e se existissem mesmo – as suaves
considerações românticas apuradas pelas desilusões permanentes.
Em mundos
repletos de desilusões, o prazer instantâneo reina absoluto. Em mundos repletos
de egoísmo, a solidão é compensada com futilidades esvoaçantes. E o tempo voa
mais rápido que as bruscas mudanças de humor ou direção.
O tédio
queimou todas as ervas purificadas pelo insistente otimismo ingênuo – nada a
declarar. Palavra nenhuma vai modificar a insistente mania de acreditar
cegamente. Desconfie. Desconfie de sorrisos e frases prontas para serem
descongeladas no microondas. Os sorrisos podem esconder amargas desilusões
universais – e as frases prontas não enganam os pressentimentos da gatinha
ruiva que fará quatro anos em novembro. Os felinos compreendem o tédio e as
fases da lua que desmancham amarguras. Doces miados substituindo frases prontas
ao chegar em casa. Onde estão as pastilhas anti-estresse? Ou as gotinhas
anti-depressão? Ou a massagem anti-pânico? Exercícios de yoga para aliviar os
problemas cotidianos.
Nada a
declarar – nada é tão necessário quanto a observação constante e fugitiva das
gatas insones. Elas observam calmas e quietas o hospício que chamam de
sociedade. E tranquilamente o vento gelado invade o silêncio das prateleiras de
livros.
Liz
Christine
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