quarta-feira, 5 de setembro de 2012

What a wonderful world




Nada a declarar – o tédio queimou todas as ervas purificadas pelas desilusões permanentes (...). Cabelos longos e ondulados naturalmente – a absorção da plasticidade felina. Movimentos breves – o tédio se desmancha durante a lua cheia ou crescente. E a plasticidade felina derretendo as severas críticas ao consumo exagerado de pastilhas anti-estresse. Ah, e se existissem mesmo – as suaves considerações românticas apuradas pelas desilusões permanentes.

Em mundos repletos de desilusões, o prazer instantâneo reina absoluto. Em mundos repletos de egoísmo, a solidão é compensada com futilidades esvoaçantes. E o tempo voa mais rápido que as bruscas mudanças de humor ou direção.

O tédio queimou todas as ervas purificadas pelo insistente otimismo ingênuo – nada a declarar. Palavra nenhuma vai modificar a insistente mania de acreditar cegamente. Desconfie. Desconfie de sorrisos e frases prontas para serem descongeladas no microondas. Os sorrisos podem esconder amargas desilusões universais – e as frases prontas não enganam os pressentimentos da gatinha ruiva que fará quatro anos em novembro. Os felinos compreendem o tédio e as fases da lua que desmancham amarguras. Doces miados substituindo frases prontas ao chegar em casa. Onde estão as pastilhas anti-estresse? Ou as gotinhas anti-depressão? Ou a massagem anti-pânico? Exercícios de yoga para aliviar os problemas cotidianos.

Nada a declarar – nada é tão necessário quanto a observação constante e fugitiva das gatas insones. Elas observam calmas e quietas o hospício que chamam de sociedade. E tranquilamente o vento gelado invade o silêncio das prateleiras de livros.

Liz Christine

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