O rato não lava o
pé, o rato não lava o pé – enquanto o sapo injustiçado toma um banho na lagoa
dos patos para depois encontrar a borboleta enfeitiçada e oferecer um doce
presente a ela. O sapo injustiçado guardou uma caixa de macarons para oferecer
à borboleta enfeitiçada que não consegue mais sair do lugar ou voar para outros
lados devido ao vodu maledicente do rato que não lava o pé nem as mãos imundas.
Os hamsters e chinchilas tentam quebrar o vodu maledicente do rato mau que rouba
sorrateiramente toda a comida da geladeira e do restaurante vizinho e também,
além disso, o rato mau e sujo rouba todas as palavras gentis das redondezas –
restando apenas a maledicência macumbada que sufoca a pobre borboleta. Ela é
rica em invencionices e criatividade mas pobre de forças para se libertar do
rato imundo que a persegue roubando seus iogurtes e presentes e palavras ou
poemas. Ela não tem privacidade alguma, tudo é vigiado e registrado para ser
usado na manipulação macumbada dos alfinetes do vodu. As únicas alegrias da
borboleta agora sem rumo são o seu grande amigo sapo cheiroso e a namorada dela
que se chama Luana e é apelidada carinhosamente de Lua. Tudo que a borboleta
quer é liberdade, poesia, prazeres positivos que não prejudicam ninguém, e um
pouco de privacidade – isso é demais? Isso infelizmente soa impossível com um
rato mau e imundo, além de persecutório e manipulador, que às vezes tenta até
impedi-la de ver sua namorada ou encontrar seus amiguinhos e vizinhos. O rato
imundo trafica queijos ilegais ou roubados e assim faz sua fortuna que ele
emprega para controlar tudo e todos que moram na reserva florestal das águas
límpidas. Tudo é limpo e belo na reserva – apenas o rato emporcalha os
habitantes com seu fedor e maldades. Nada tem solução por enquanto – por isso a
história da doce borboleta lésbica termina com um sonho de liberdade
reconfortante e acaba sem nenhuma conclusão (...).
Liz Christine
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