quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sem nenhuma conclusão



O rato não lava o pé, o rato não lava o pé – enquanto o sapo injustiçado toma um banho na lagoa dos patos para depois encontrar a borboleta enfeitiçada e oferecer um doce presente a ela. O sapo injustiçado guardou uma caixa de macarons para oferecer à borboleta enfeitiçada que não consegue mais sair do lugar ou voar para outros lados devido ao vodu maledicente do rato que não lava o pé nem as mãos imundas. Os hamsters e chinchilas tentam quebrar o vodu maledicente do rato mau que rouba sorrateiramente toda a comida da geladeira e do restaurante vizinho e também, além disso, o rato mau e sujo rouba todas as palavras gentis das redondezas – restando apenas a maledicência macumbada que sufoca a pobre borboleta. Ela é rica em invencionices e criatividade mas pobre de forças para se libertar do rato imundo que a persegue roubando seus iogurtes e presentes e palavras ou poemas. Ela não tem privacidade alguma, tudo é vigiado e registrado para ser usado na manipulação macumbada dos alfinetes do vodu. As únicas alegrias da borboleta agora sem rumo são o seu grande amigo sapo cheiroso e a namorada dela que se chama Luana e é apelidada carinhosamente de Lua. Tudo que a borboleta quer é liberdade, poesia, prazeres positivos que não prejudicam ninguém, e um pouco de privacidade – isso é demais? Isso infelizmente soa impossível com um rato mau e imundo, além de persecutório e manipulador, que às vezes tenta até impedi-la de ver sua namorada ou encontrar seus amiguinhos e vizinhos. O rato imundo trafica queijos ilegais ou roubados e assim faz sua fortuna que ele emprega para controlar tudo e todos que moram na reserva florestal das águas límpidas. Tudo é limpo e belo na reserva – apenas o rato emporcalha os habitantes com seu fedor e maldades. Nada tem solução por enquanto – por isso a história da doce borboleta lésbica termina com um sonho de liberdade reconfortante e acaba sem nenhuma conclusão (...).

Liz Christine

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