sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ella


Ella não quer mais o vazio irregular que preenche os raios solares – a poluição terrena inconsistente que persiste no ar contaminado. Palavras inconsistentes poluindo o silêncio de Ella – fragmentos escondidos dentro das ausências de Ella. A voz se refugia do vazio irregular que preenche os raios solares – a voz cantarolante de Ella guardada longe da observação constante de convidados sem permissão para invadir ou contemplar o silêncio de Ella. Todas as opiniões ou impressões subdivididas em seções desorganizadas são recolocadas na varanda sob a luz da lua – durante o auge da inquietação felina. Ella sobe correndo e miando as escadas que levam ao quarto dos brinquedos – as bonecas previamente arranháveis ou admiráveis esperando por Ella. Ella deita sobre o notebook procurando arquivos inexistentes enquanto sua dona faz café ouvindo música – e o tédio passageiro se desfaz entre as ronronantes carícias que Ella recebe no pescoço ou na barriga. O dia amanhece nublado e Ella procura as verdades ocultas de sua dona – os sonhos que ninguém mais, além de Ella, conseguiria decifrar ou ler na penumbra do quarto onde dormem juntas.

Liz Christine

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