sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lua desacordada



A lua desacordada chora cada palavra que cai do céu (...).

O blues entristecido suspira por cada sonho interrompido (...).

Interferências na música provocadas por ruídos distantes (...).

O cotidiano se distancia e se desprende lentamente das paredes cheirando a dama-da-noite e jasmim (...).

A penumbra do quarto afasta cada lágrima da lua desacordada (...).

Sonhos interrompidos e palavras em vão desenham espirais de incompreensão desintoxicada (...).

A solidão é um veneno que corrompe o quarto habitado pela fumaça e pelo perfume da dama-da-noite e do jasmim (...).

Fumando as folhas do esquecimento e a embriaguez de um lento despertar (...).

O cotidiano se distancia e se desprende pouco a pouco das paredes exalando um suave amortecimento das cores e das tolas preocupações corriqueiras (...).

Apenas os ideais já esquecidos contam e a fumaça se dispersa com o vento que anuncia mudanças rápidas de humores nostálgicos (...).

A nostalgia abraça os instantes transparentes na mais pura letargia do torpor que envolve a penumbra (...).

Abrir os olhos para as mudanças que embaraçam os nós dos laços de seda cor-de-rosa (...).

A campainha toca e a gata branca se esconde no armário enquanto a lua desacordada chora cada palavra que cai do céu (...).

Liz Christine

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