quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tulipas


Quero andar nua pelos canteiros de tulipas fumando toda a ausência do café nosso de cada noite. Sinto uma vontade de mergulhar nas nuvens mas o cansaço me detém. Teu rosto retido na minha memória tão inconsistente que redesenho minha plantação de palavras a cada vez que respiro. Inspirar profundamente e sentir toda a liberdade correndo nua. Um cansaço das coisas todas como elas são, querendo trocar tudo de lugar e virar a realidade do avesso para reencontrar a paz ou a liberdade tão sonhada a cada gole de café. Mas gatos são bichinhos cheios de manias (...). Improbabilidades e possibilidades – quero esgotar todas as possibilidades do mundo antes de escolher um caminho. Ou me deixar levar pelas nuvens doces e leves. Meu amor nunca descansa enquanto a ausência toma conta da noite e todas as contradições se convertem em olhares duvidosos. Tudo soa duvidoso até a próxima certeza - e as certezas se dissolvem no mar (...).

Liz Christine

Um comentário:

Maria Pereyra disse...

Magnifico teu versejar,
nas entrelinhas se escondem tanta emoção que me senti a própia
liberdade correndo nua.