Acho que não. Não sei onde se encontram agora os meus pincéis adocicados. Também nem imagino onde deixei a chave do jardim ou do quarto. Mas sei que cada frase tua pesa mais que a noite eclipsada pelo desabrochar de uma nuvem negra – feio, não? Realmente há alguma estranheza que pesa bem debaixo da minha vontade de permanecer calada. Ainda há estrelas bem debaixo do meu travesseiro que escondi antes de mudar a direção de meus olhares – é que procuro ainda um sentido dentro da introspecção de um outro desabrochar mais contido. Mas acho que não, sabe? Acho que não há agora nenhuma palavra mais precisa desenhando o rosto da noite eclipsada pela nuvem negra que desmonto ao encontrar mais uma outra janela – essa janela de onde observo tranquilamente favos de mel desenhando estrelas de algodão-doce que vão dormir ao meu lado quando eu trocar meu silêncio por asas adocicadas pinceladas de cor de jasmim quando vejo se aproximando o amanhecer (…). E então – então eu me afasto e desenho teu rosto mais uma vez. Encontro meus pincéis adocicados dentro da gaveta do armário ao lado da cama onde duas cores se misturam gerando um tal equilíbrio que talvez me atordoe um pouquinho mas – mas é assim mesmo que sei voar tranquilamente me esquivando de quaisquer tentativas de me desequilibrarem (…).
Liz Christine
Liz Christine
Um comentário:
queria apenas que o pincel fosse mágico para colorir meu mundo acizentado, para quem sabe colorir minha vida e equilibrar meu mundo
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