Ontem vi um sapo azul e quis dormir dentro do azul do sapo. Eu só queria um casaco de abraço de sapo. Um casaco que me protegesse do rato que chove desde o final da festa até meio-dia ou talvez de tarde. Não sei que horas acordei. Nem sei se acordei. Uma noite sem sonhos. Dormindo desde então... desde que saí da janela aberta de onde queria me jogar. Eu pulo. Pulo numa mini cama-elástica, desde que não quero mais sair para nada. É temporário, quase tudo passa, mas nada passa realmente. Tudo fica flutuando a cada cigarro cor-de-rosa que apago. Uma amiga desaparecida me escreveu e desapareceu de novo. Desapareceu dentro do calor da minha pele que faz hoje desde que não vou acordar mais de uma noite que morre aos poucos. Quero trocar de cor dos olhos. Quero ver tudo da cor das palavras que você me escreve. Mas vejo verde. Ou laranja.
Liz Christine
Liz Christine
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