quarta-feira, 3 de outubro de 2007

mais il est à moi mas ele é meu


mais il est à moi quand même
je sais bien mais j'm'en fous
puisqu'il est dans mon coeur

mas de alguma forma ele é meu, pois está em meu coração...

só no meu coração… nos meus olhos, em meus ouvidos, queima minha pele, diz meu nome mil vezes… diálogos entrecortados por batidas descompassadas, minha compreensão não acompanha minhas idéias, meu coração não segue meus raciocínios…

Devo me esquecer – non, je ne regrette rien, rien de rien… Não me arrependo de me sentir em estado de total desacordo com meu… orgulho? A palavra certa seria… a palavra correta me foge como me fogem a razão e o equilíbrio… deveria esquecer, mas sonho – acordo – sonho – e me desespero – por quê? Por que devo estar tão longe de onde gostaria de estar? Quero um romance, um romance eterno, completo, total, sem espaço para mentiras e… mentiras e enganos e dúvidas – não quero duvidar de sonhos compartilhados e fotografias divididas. Tire um retrato do meu sonho dessa manhã.

Escrevo nua pois não há ninguém mais para me olhar e me recriminar. Os olhos alheios são todos censuras. Um olhar de admiração, um olhar apaixonado, um olhar enternecido – onde eu compro um olhar? Não quero comprar. Quero receber. Quero te ver. Como você me olharia se me visse agora? Tudo que poderia ter sido e não foi… tudo que se sonha e se perde em meio ao caos cotidiano… tudo que se pensa e não se tem coragem de dizer – para onde, tantas palavras?

Alguns homens me causam mal-estar. As mulheres não, nem as vulgares, nem as tímidas, nem as exibidas, nem as muito arrumadas, nem as que não ligam tanto para a aparência. As mulheres são agradáveis de se olhar. Eu falo tanto de uma voz, a voz dos meus sonhos, a voz que me pertence em sonho, mas a voz de alguns homens me irrita. Há vozes muito feias e irritantes nesse mundo. Há vozes com entonações grosseiras, feias. Vozes que sou obrigada a ouvir todos os dias. Não quero ouvir mais vozes feias dizendo coisas banais. Não quero conviver com o que me desagrada – mas o que fazer? Escrevo à luz de velas. Velas coloridas que queimam por sete dias. E derramo cera quente sobre a minha pele. Faço pedidos que caso se realizassem me fariam completamente – sabe tudo que os anti-depressivos prometem e não conseguem cumprir? Pois é… mas eu não estaria satisfeita, sei que não. Porque eu quero mais, mais, quero ser chupada até não conseguir mais, até não aguentar mais, quero beijar até perder as forças, quero não uma, mas – quantas? Quantas pessoas eu gostaria de estar namorando? Só duas. Pois é, algumas pessoas adimitem, outras não. Duas – por que não? Uma mulher e ele – mas…

Cansei de tentar – eu acreditava em muita coisa. Quis viver de acordo com minhas idéias. Ninguém, ou quase ninguém, enxerga além da superfície. Julga-se pela aparência. Com o que eu me pareço? Mas quem me viu por dentro? Quem se interessa pelas idéias de alguém?

mais il est à moi quand même
je sais bien mais j'm'en fous
puisqu'il est dans mon coeur

Liz Christine

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu me interesso pelas tuas idéias. Vc é minha favorita.E eu sou quem mais te leio. Estar longe do que gostaria... Sabendo que "onde gostaria" só é bom de onde estamos. Não preciso gozar muitas vezes para não mais querer estar junto para sempre. O amor tem que ser sem explicação. Por isso também sonho, acordo e me desespero... Fabrício.

Liz Christine disse...

obrigada por me ler! sabe, nem sempre eu mesma gosto do que escrevo... quando estou mal acho que escrevo mal, quando estou deprimida eu escrevo meio mal... se eu pudesse escrever apenas coisas boas, como tudo deveria ser... mas não, escrevo tudo, de acordo com...

mais uma vez obrigada!

Liz