quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A realidade transbordante de um beijo


Tenho sede. Uma sede feita de lágrimas. Sinto tédio. Um tédio preenchido pela solidão. Não vivo sozinha na verdade. Apenas sinto que ninguém consegue se alcançar. Fala-se, fala-se tanto, e temos tão pouco tempo. Partir para a ação. Água sabor morango ou maçã. Água natural. Água gaseificada. Acendo mais um cigarro, mordo as pontas do meu cabelo, não sei bem o que fazer da minha recente ausência do agir. Eu gostava tanto quando ela lambia minha boca… mas as palavras são um transtorno à parte.

Me preenche. Me absorve. Me devolve. Me protege. Não me assusta. Se aproxima. Me transforma no que você quiser. Não me manipula. Obedece. Não me dê ordens. Sem hierarquia. Sem preocupação com a opinião alheia. Se entrega. Tenta me compreender. Não precisa me entender. Me deixa em paz. Me descobre. Pensa meus pensamentos. Pensa sobre aquelas frases ditas há tanto. Esquece tudo. Tudo muda o tempo todo. Tudo menos… tudo menos meu amor encoberto por tantas direções contraditórias e livre de todas as classificações. Não me diga como pensar ou como devo ser. Me deseja e me deixa ver que você me deseja tanto quanto eu sonho com desejos realizados. É complicado gostar de mulher. Complicado e irresistível. Mas eu vejo tantas dúvidas. Tantas fantasias. Eu quero a realidade. A realidade transbordante de um beijo.

Liz Christine

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