Pamina está
presa. Afiando as unhas em uma almofada acabou não conseguindo se soltar. Miou.
Mas não foi ouvida rapidamente. Demorou um pouco. Miou novamente. A ajuda
chegou então. Pamina escutou palavras gentis e ganhou alguns mimos. Descansou um
pouco, acordou, viu um armário que costumava estar sempre trancado – e uma das
portas não estava trancada agora. Pamina então está presa.
Le nuvole
non avevano un argomento piacevole.
Le gatte
osservano le nuvole.
Otto anni
fa – o quattro o cinque anni fa. Il compleanno.
Dal Primo
Maggio. Dal Primo Dicembre. L’anno scorso.
Dal
Novembre. Qualche giorno. Qualche volta. Qualche libro.
Le gatte
osservano le nuvole. E scrivono. Anch’io. Neanch’io.
Pamina foi
brincar e fecharam o armário – mas ela lá dentro permaneceu em silêncio. Não
miou, não avisou. Hoje ela está inquieta. Normalmente é calma. Não faz muito
barulho. Quase não mia. Mas hoje é diferente. Talvez sejam as fases lunares.
Pamina é sensível. E agora ela está com sede e quer sair do armário. Mas está
com preguiça de miar. Miar consome energias. Pamina está cansada. Brincou
demais e pesquisou todos os itens do armário, um a um. Encontrou uma boneca
vestida de bailarina. Uma recordação de infância. Uma boneca antiga mas em
ótimo estado. “Não se fazem mais brinquedos assim hoje em dia” – ela pensa. Ou
fazem? Pamina resolve meditar enquanto está presa. Mas logo sentem a sua falta
e chamam seu nome. Ela consegue ouvir todos os passos enquanto a procuram.
“Nascondino” – ela pensa. Até que abrem as portas do armário, uma a uma,
ansiosamente – e lá então encontram Pamina. Ela ganha colo e beijos. Ronrona. E
mia suavemente.
Liz
Christine
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