La
pioggia. Abbiamo pianto. Notte fonda. La lettura e le parole che non diciamo
mai. Ascoltiamo senza dire una parola. Niente. Nulla. Nessuno. Mai.
Dimenticare. Riesco sempre – a disegnare i tuoi sogni.
Uma
casa trancada. Janelas com rede de proteção e cortinas fechadas. Todas as luzes
apagadas, exceto a luz do banheiro. Quartos trancados, tudo trancado – tudo,
inclusive olhares e vozes. Ninguém fala, ninguém suspira, ninguém canta,
ninguém jamais ouve uma única música – o silêncio é absoluto. A gata da vizinha
desconfia que não há ninguém ali. Naquela casa pintada recentemente. Reformada.
É um sonho do gato que pinta as unhas dos cisnes enfeitiçados – durante o dia
são cisnes e durante a noite até o amanhecer são moças. E essas moças fogem, ou
pelo menos tentam – daqui a um ou dois meses, entre oito e meia-noite e meia, o
gato quebrará o feitiço. O gato gosta de ouvir Nina Simone. O gato tem uma bela
casa onde vivem suas donas – o apartamento está no nome de suas donas mas o
proprietário de todos os bens e do imóvel é ele, o gato. Sócrates,
naturalmente. Sócrates sonha. Sócrates bagunça. Sócrates lê ou assiste. Tutto
questo è possibile al computer, tutti i giorni, il gatto legge e studia le
babuske e le matrioske e gli umani. O gato lê os olhos, os gestos, silêncios ou
palavras, diálogos, livros, desenhos, coreografias, filmes, balés e sonhos –
seus próprios ou os alheios.
“Mi dà sempre un brivido
quando
osservo un gatto che
sta osservando qualcosa che io
non riesco a vedere.”
(Eleanor
Farjeon)
Liz
Christine
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