As borboletas recém-chegadas desafiam a monotonia do final da tarde de sábado. Mais um dia sem nuvens onde a monotonia resgata o tom necessário. A voz da lua se inclina sobre os cabelos presos, tão longos, da ex-bailarina fumando na portaria do prédio. A nostalgia passeia ao redor das janelas. Óculos escuros e uma garrafa de água-de-coco escondem o cansaço de noites mal-dormidas. As borboletas recém-chegadas desafiam toda essa monotonia das horas passando pressionadas por preocupações semanais. A cada semana chegam mais borboletas desafiando a voz da lua que se retira até o anoitecer. Um retiro sensorial onde as mais suaves inclinações perturbadoras sonham longe das curiosidades de cada dia. E ao anoitecer as cores das asas das borboletas brilham mais que o silêncio que se destaca a cada mudança no tom da música. O silêncio da ex-bailarina atravessando o corredor do prédio e entrando no elevador para chegar em casa.
Liz Christine
Liz Christine
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