terça-feira, 10 de agosto de 2010

Suaves transparências (ou Quartos)


O quarto transborda em dúvidas de fumaças espiraladas e estonteantes. Em torno de uma das dúvidas sobrevoam borboletas de açúcar cristal e favos de mel. Eu não me permito ou eu me deixo. Não quero mas te espero. Ah saudades tolas de ovelhas perfumadas envoltas em nuvens de incompreensão estonteada e sutilezas permanentes. Desembaraçar as saudades tolas que se enroscam em cachos úmidos depois de lavar meu cabelo envolto em perguntas de tons suaves. Quer me dizer em que instante puro as nuvens se desfazem em gotinhas de mel sobre o chão? As nuvens que moravam no teto do meu quartinho foram passear de mãos dadas com a inocência do desabrochar de um querer. Te quiero muito e sempre mas agora vou passear de mãos dadas com o silêncio que mora lá no céu. No céu servem xícaras de capuccino e tortas trufadas ou de três chocolates com brownies e chantilly, e as nuvens se comunicam com olhares atenciosos. Um canto isolado no universo onde tudo é sempre possível e os amores só existem realmente quando correspondidos. Onde me escondo quando a comunicação não é possível e preciso ficar só com as fadas que moram em gavetas e prateleiras mirando o final do arco-íris. Há quartos, e mais quartos. Todos envoltos em suaves transparências (...).

Liz Christine

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