sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fumando no meu casulo


Nua no meu casulo onde fumo flores e transbordo (...).

Uma estrela de esmeralda e um sapo de água-marinha são as peças da minha coleção que guardo em uma caixinha de música ao lado esquerdo da outra coleção de sapatos –

De tudo um pouco, colecionando memórias que deixo de lado ao acordar –

Acordando estonteada de tanto que sonho em vão (...).

De tudo um pouco, a indiferença mora em cada brecha –

E tranco minhas janelas para novidades que nada surpreendem:

É que de tanto sonhar em vão faltou luz no meu quarto naquela noite em que uma borboleta chegou cansada de tanto fumar inutilmente (...).

Nua no meu casulo onde fumo flores e transbordo – /

Transbordo em silêncio todo o mel que absorvi naquele beijo trocado no escuro:

É que de tanto te beijar mergulhei em um rio transparente e flutuei até o infinito do outro lado do arco-íris – e então te abracei indiferente à realidade (...).

Pouco importa a realidade quando cores complementares giram em espiral ao redor de uma flor:

É que de tanto voar flutuante eu desenhei teu perfil em uma parede nua – tão nua que transbordo quereres (...).

Liz Christine

Um comentário:

jessica disse...

Nunca amei tanto ler algo assim, perdido na tarde, me faz querer ficar aqui perdida, comendo as suas palavras como se fossem flores,insaciavelmente, eu me apaixonei, é cmo se você vomitasse as coisas que eu n sei dizer, as rosas azuis que estão presas numa bolha, eu te amaria assim exatamente, nos minimos detalhes,porque você é insanamente Linda!