domingo, 17 de janeiro de 2010

Acaso


Um quarto preenchido por silêncios entrelaçados à lua que sorri em frente ao espelho do armário. É que dentro do armário há um mundo a ser descoberto pelo olhar que se fecha diante das profundidades de um degrau da escada. Um olhar que dá voltas em torno do mar se esconde também às vezes do outro lado do mundo. Um mundo quase fechado que cabe dentro de um sorriso quase desfeito onde dormem estrelas. Difícil explicar o acaso escorregando pelas frestas da porta trancada. À espera de uma idéia frágil que não se completa ao ver silêncios dançando com as paredes. Em um minuto apenas estarei lá fora colhendo maçãs no teu quintal particular onde o mundo se protege do amanhecer. É que ao longo do dia insone há transformações repentinas onde mergulho em teu mar sempre e cada vez mais.

Liz Christine

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Quase pleno


Tudo já foi dito (...). Quase nada foi compreendido (...). A essência do absurdo passeia lá longe por entre as árvores – folhas dançando ao vento. E então uma pergunta quebra o silêncio: quantas asas se entrelaçaram em frente ao espelho do banheiro? Quase (...). Um quase desencontro escorregando de um canto ao outro – um quase pleno de respostas em branco (...). Quase sempre um quase semi-preenchido de absurdo lá longe do outro lado da neve. Um quarto pleno de silêncios flutuando no meio de uma xícara. Duas xícaras de café e uma pilha de livros (roteiros publicados) sobre o chão ao lado de uma cama desfeita.

Liz Christine

sábado, 9 de janeiro de 2010

L’amour ça sert à quoi?


Sim, é verdade mesmo (inquietação, inquietação, inquietação). Eu ouvi em algum lugar (ah silêncio, silêncio, onde é possível?). Fora isso, não há nada no lugar aqui (inquietação, silêncio, dúvida). Eu te perguntei sem perguntar e sem esperar resposta alguma (mas sei ainda). Sim, sei (alheia a mim própria). Inquietação, dúvida, resposta (não gosto de perguntas nem de café sem açúcar). Agora vou mudar a direção do meu olhar ou simplesmente procurar ver qualquer coisa ao meu redor (ah maçãs, morangos). Mel? (Vous laisse un goùt de miel,...)

Algo está quase perdendo o meu sentido (...) – (minha busca?)

Não preciso te entender (inquietação, silêncio, inquietação, busca, silêncio). Nem quero dizer mais nada (ah quando é possível?). Andando sobre silêncios, onde reencontro (equilíbrio). Ah eu preciso de um determinado cigarro mais forte e de uma frase incerta mais clara (qual?). E depois, então, vou estirar minhas asinhas à beira da piscina construída entre as árvores onde moram livros poluídos pelos pensamentos insones que me questionam a todo instante sobre como consigo me equilibrar andando entre silêncios (...).

(Lamour ne sexplique pas

Liz Christine