segunda-feira, 11 de maio de 2009

Conexão durante.

Pertenço apenas a mim mesma. E tenho a ilusão do amor recíproco e da cumplicidade compartilhada e da conexão durante. Sim, não há ilusões – podem haver pontos de vista que não se cruzam e pequenas inserções em realidades desconhecidas. Não, eu tenho ideais – ou não? Sim ou não ou talvez ou poderia ser mas não é ou é assim mesmo?, ou o quê? Ah estou exausta de tanto. Sonhar. Eu poderia dividir meus sonhos com alguém mas eu jamais pertenceria a nada – também não estou interessada em nenhum tipo de reunião de pessoas com os mesmos interesses ou com os mesmos problemas ou com os mesmos objetivos. Esqueça a frase anterior. É que nada importa realmente. Nesse instante exato, nada importa realmente – é que perdi meu equilíbrio em algum lugar da casa e agora tudo que importa é reencontrar o equilíbrio para poder sair daqui vestida e calçada. É que não pretendo andar nua e descalça pelas ruas, sabe? Tu viu algum nível de raciocínio escondido dentro de algum armário trancado para mim? O armário do meu quarto não tem chave. Mas os armários da tua casa, todos têm chaves. Eu nunca mexi no armário de ninguém, dormi muitas vezes em algumas casas das mesmas mulheres e não mexia em nada – e também, eu não fazia muitas perguntas. Dentro do meu olhar, havia nelas tudo que eu mais precisava. Do meu ponto de vista, não podia ter sido melhor porque já era tudo que eu sonhava sem saber. É que nunca sei de nada, eu sinto ou não, e geralmente sem saber, e também não quero saber de coisas como perder equilíbrio ou morrer estando viva. Descontrole pode ser mais saudável que fingir sermos o que não somos – mas podemos ser tantas coisas diferentes em ocasiões diversas, ou podemos nos tornar outra coisa de acordo com o momento, e há reações naturais em nós ou reações causadas especificamente por uma única pessoa ou situação ou ação que não se repete. Eu acho que sou verdadeira em tudo que faço, alguém discorda? Quando quero me calar, eu me calo. Se quero me proteger de uma situação, eu faço o possível e o impensável para me proteger. Quando mergulho, eu mergulho até onde eu quero (sem saber) ir. Eu não tenho vergonha de chorar em público nem tenho vergonha alguma de fazer sexo com alguém olhando – mas tudo depende de diversos fatores, claro. Em alguns lugares pode haver mais de uma pessoa que eu queira, em outros lugares pode nem haver sequer alguém que eu queira me aproximar. Educação para mim significa não constranger as pessoas nem ultrapassar os limites delas passando por cima das fragilidades delas. Pode ser difícil perceber a fragilidade de cada um e podemos errar, claro, mas devemos tentar e ir vendo calmamente – mas, me diz, como eu saio viva daqui? Há alguém tentando me levar ao suicídio – mas ainda não contaram à essa pessoa que eu já tentei suicídio algumas vezes e não pretendia mais tentar? Eu superei. Superei algumas coisas e outras não – mas é tudo bagunçado, sabe? É, é tudo meio bagunçado. Não importa. Eu só quero sair daqui e de preferência com algum nível de amor pela vida sem estar tão destruída a ponto de não ver mais graça em nada – eu amava um punhadinho de coisas, sabe? Não destrua meus amores – são o meu oxigênio e a minha liberdade.

Liz Christine

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