quinta-feira, 16 de abril de 2009

Silêncio que corre


Silêncio. Uma frase feita de silêncios. Um diálogo que corre em silêncio – ao meu redor. Música tocada com silêncios e respirações entrecortadas por pausas de expiração. Inspirar e guardar. Não me solte. O prazo expirou – e não há mais retorno. Eu não me escuto.

Sei que há palavras em algum lugar, escondidas – palavras que se calam. Eu te ouço. Tua voz encobre minha nudez. Tua voz perturba meu silêncio. Tua voz fltua ao meu redor, e eu posso mastigar as palavras. É que eu apenas não posso devolver teus pensamentos. Eu os escondi e me esqueci. Esqueci de te amar porque não posso concordar com nada disso. As palavras me rodeiam e eu não quero a voz de mais ninguém (...). Não quero idéias alheias nem conselhos de nenhuma espécie – eu não quero ter a impressão de ter visto alguma coisa tua passeando em lugares improváveis. Não quero o barulho. Não quero nenhum tipo de gritaria impensada ou discussão inútil – quero a utilidade de um abraço. Ou massagem. Vinda de uma direção específica – daquela ali.

É que eu não quero expressar nada que possa ou deva ser analisado.

Eu quero a liberdade compartilhada fluindo a cada instante – uma liberdade acolhedora.

É que não existe prisão segura. A qualquer momento pode haver uma agressão externa – eu posso até brigar comigo mesma, mas não quero nenhum ser humano ou ser vivo me agredindo. Por nada. Por motivos que desconheço e nunca me esclarecem.

Eu te procuro na escuridão de uma vaga noção abstrata.

Eu quero miar. Se eu miar, só uma pessoa poderia me entender: quem me criou melhor.

(...) As palavras me rodeiam e eu não quero a voz de mais ninguém – apenas a tua, a dela, e às vezes a minha própria.

Liz Christine

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