segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Asas nos olhos

Eu tenho asas nos olhos – mas é preciso fechar os olhos. Para tudo o mais.

Escuto o que quero ver – sinto tua pele livre de roupas. Eu tenho uma idéia. Mas não me pergunte nada.

É preciso ir – até o infinito, e sem se esquecer que eu sou. Desse jeito incerto, mas eu te deixo. Eu te deixo vir.

Sempre mais – até não mais poder. Eu sei onde. Mas tu deve saber quando e qual a melhor forma. Esqueça tudo que já foi. O que passou serve apenas para fugirmos do presente. Não gosto de desculpas.

Jogue fora tuas acusações – isso não é nem um pouco necessário. O mínimo pensamento, qualquer lembrança, desnecessários. Eu sou assim mesmo. Tenho asas nos olhos. E sede de olhares. Claro que não preciso de olhos que recriminam. Não me sinto nem culpada nem ansiosa em relação a ti.

Eu sei. Eu sei o quanto te quero – sinto o que poderia ser importante para mim sem estar tão certa disso. Um erro, cobranças da tua parte. E eu só quero te ver sem preocupação alguma. Acho que o mais importante para mim é: descobrir sem sair disso destruída. Mas também posso te perturbar. Quase distante. Quase perto.

Liz Christine

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