quarta-feira, 16 de julho de 2008

Car ma vie aujourd'hui ça commence avec toi


Preciso me concentrar para mergulhar. Mergulhar no teu rosto fechado para minhas abstrações e símbolos. Quero mergulhar no teu meio-sorriso sem blusa e sem noção. Sem noção de que penso em ti dia e noite e madrugada adentro. E percebo uma mudança em mim. Quero te jogar fora das minhas noites insones. Quero te ter ao meu lado na cama ou em qualquer outro lugar. E percebo uma mudança. Tenho me convencido de que devo te esquecer de uma vez por todas. E procurar qualquer outra pessoa que preencha esses dias sufocantes de angústias que caem pelo chão a cada passo incerto de quadris nus. É que ando semi-nua pela casa esperando – esperando o quê? Quando não há mais ninguém, te espero. Ainda te espero e te carrego para onde quer que eu vá. Em pensamento, a cada novo dia, todas as manhãs, e tenho as tardes preenchidas por – desesperos e minhas mãos. Minhas mãos buscam em meu próprio corpo algum prazer ou alívio, doce ou violento. Tenho tido impulsos sim, impulsos de mais uma vez – sabe que andei fazendo isso quando a menina dos olhos verdes me deixou? Andei fazendo machucados por mim inteira. Em todos os cantos. Eu te espero sim, querendo te tirar daqui – minha cabeça. Minha cabeça, triângulos ou círculos. E meus olhos, no espelho, vêem – o quê? Sei que é verdade que as músicas, cada uma tem um rosto, e o teu rosto se repete, se repete em tantas delas...

Liz Christine

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