segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sua para sempre

Eu me sinto vazia, eu me sinto triste, eu me sinto à beira do desespero mais
Seu olhar é profundo como o mais arredio dos peixinhos prateados do mar revoltoso
Você me vê e me adivinha por trás de espaços entre uma frase não dita e outra sussurrada
Mas eu não gosto de você, não gosto porque – bem, você não sabe, e sabe demais
Ao mesmo tempo
Eu já disse tudo e não contei nada
É verdade, você me atrai como o movimento de um fio de linha atrai um gato
Mas não te analiso, preferia te descobrir da mesma forma que se aprende a beijar – treinando
Alguns nascem sabendo?
Você já me conhece, sempre conheceu, mas há tantas coisas que a razão desconhece
Quais outros sentidos você usa para descobrir os mundos?
Eu preciso tanto
De tantas coisas
Algumas se compram, muitas outras não
Um amontoado de sentidos com a sensibilidade exposta sem muito senso de direção
Eu te busco
Sim, eu te busco, e te alcanço naqueles momentos em que
Bem, você não sabe, e sabe tanto
Eu te amo, amo, amo, e sei que você me deseja inteira como eu te desejo em parte
Te desejo só em parte porque, bem, porque
É verdade, isso é uma das verdades, e não quero me aproximar mais dessa vaga sensação de memória distorcida e apagada por
Mas eu te amo
Sua para sempre

Liz Christine

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