terça-feira, 18 de setembro de 2007

Mãos sonhando línguas


Mãos sonhando línguas. Língua atrás dos joelhos, beijos no pescoço e na nuca, mãos atravessando camadas, camadas de desejo sussurrado sugando o bico dos seios. Pelo meu corpo tatuado, o desejo vai traçando seu caminho, beijos na barriga, nas costas e nos ombros. Palavras trocadas, toques que são frases, frases longas, frases curtas, frases que são declarações de uma doce madrugada. Línguas sonhando a eternidade, a eternidade de um breve instante, um momento de total liberdade. O auge do prazer é a libertação suprema, o encontro de dois corpos no outono das frivolidades. O diálogo é frívolo, o toque é profundo, a língua é o órgão que comunica, diverte e desenha. Desenha rios transbordando pássaros que cantam a madrugada que nasce sutil.

Meu amor, não vá embora, durma aqui. Durma aqui e acorde um beija-flor procurando ventos que trazem novos rumos. E recomece o percurso que a trouxe até mim. O que você estava procurando? Eu buscava a lânguidez de uma gata no cio. Eu buscava a tempestade de uma noite cheia de estrelas risonhas. Eu buscava você, cheia de sutilezas e mãos sonhando línguas atravessando camadas de desejo sussurrado sugando o bico dos seios. Eu buscava palavras que não precisam ser ditas mas necessitam agir. E encontrei minha interseção na curva de um silêncio que era puro prazer.

Liz Christine

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