O verde dos seus olhos. Seus olhos na minha pele. Sua voz rouca me pede para acender o abajur de lâmpada azul. Acendo e deito na cama, ao seu lado, grudada em você. Escondo o rosto no seu ombro e você me abraça me pedindo para olhar para você. Mas eu não quero me perder nesses olhos de intensidade tão suave. Sua pele é suave como um botão de rosa. Seu rosto é delicado e suas mãos começam a me buscar. “Me fala tudo que você gosta”, você diz. “Eu gosto de um pato e de duas gatas”, eu falo. “O quê?” “O pato e o sapo são a mesma coisa, e uma gata é lilás e a outra tem olhos verdes, como os seus…mas a gata de olhos verdes latia e fazia arf arf arf… você faria isso?” “Não sei.” “Eu estou te assustando?” “Não.” “Você me acha infantil?” “Não, eu acho você…” “Melhor não dizer…” Eu era bastante silenciosa, quase não falava. Mas, antes, eu não tinha passado. Só tinha a minha infância e puberdade, e disso eu não ia mesmo falar. Tinha o transtorno alimentar, mas isso eu também queria esconder. Acho que as coisas que eu não dizia me alcançaram e fizeram um estrago na minha cabeça. Como não quero passar por isso de novo, sou o mais sincera que posso, na minha maneira de falar. Se eu tiver interesse. Se não tiver…
Acho que fiquei mais doida do que já era.
“Você vai me contar sobre o pato e as gatas?” “Não sei, agora eu quero que você me beije até… até eu perder o fôlego.”
Liz Christine
Acho que fiquei mais doida do que já era.
“Você vai me contar sobre o pato e as gatas?” “Não sei, agora eu quero que você me beije até… até eu perder o fôlego.”
Liz Christine
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