Quem recusa o mundo das aparências é devidamente diagnosticado. Quem ama sonhos e respira poemas é igualmente diagnosticado. A realidade aqui não conta nada. Quem escreve contos aqui são gatas, gatos, ovelhas, borboletas, patos, abelhas, cães e outros bichos. Eles me dizem todos os dias para não confiar nas palavras. E me perguntam se enxergo o fundo do mar quando tomo banho no chuveiro. E me perguntam se vejo a alma dos sonhos descritos por eles, os bichos.
As borboletas moram nos meus braços e também no meu cérebro. A gata convive comigo. Eu a escuto até quando ela fica calada. E o gato escolhe os livros que deveriam ser relidos ou ignorados.
E vivemos em paz.
Liz Christine
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