Um sonho, claro. Algumas palavras em aramaico. Não sei se poderia dizer isso. A música mais parecia música para gatos ou gatas ronronantes e satisfeitos ou satisfeitas com a visão que tinham de palavras intraduzíveis. Os gatos ou gatas compreendiam algumas palavras mas havia outras palavras que não entendiam quase nada (ou, se entendiam ou não, não tinham muito interesse em explicá-las).
O próprio sonho, claro. O próprio sonho veio até aqui e me fez uma trança e escovou as gatas. Sócrates falou com o sonho.
O sonho falava francês, inglês, italiano e português. Eu não falava quase nada. Eu via os olhos do sonho. Eu ouvia barulho de águas porque fazia parte da música.
“Algumas pessoas não gostam do que eu falo”, eu disse a Sócrates. “Eu sei, às vezes também não gostam do que eu mio”, respondeu Sócrates. Ela entendeu o que eu e Sócrates falamos. Ela conversou e escovou a gata.
E o sonho retornava regularmente.
Liz Christine
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