quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Indefinidamente sempre







Não, não consigo. As palavras nada expressam. As palavras nada descrevem. As palavras nada dizem. Das sensações indomáveis que florescem em dúzias de camélias. Repetir. Repetir o refrão daquela música. Mas isto já foi dito. Isto já foi escrito. Mas isto já foi sonhado mil e cinco vezes. Mas jamais foi feito - por quem? Por que escreves? Não sei. Por que sonhas? Não sei. O que sabes? Nada sei. Quase nada sei das realidades que se completam ou se anulam umas às outras. Nada faz tanto sentido assim. Inspirar. Respirar. Descrever? Não. Escrever? Não sei. As palavras quase nada dizem. Das sensações indomáveis inspiradas sob este teto. O céu habita o silêncio. A lua dita poemas inéditos que jamais serão compartilhados. Guarde o silêncio. Guarde os poemas para si. Por quê? Porque o céu habita o silêncio. Mas fique. Ao meu lado. Indefinidamente sempre. Indefinidamente tua.

Liz Christine

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