Os
mais belos seios jamais serão acariciados. Aqueles lábios jamais serão
beijados. O sol assassinou todas as estrelas. E a deusa-Lua reina solitária
desde então. Um céu sem estrelas. E um coração sem sonhos. Pequenas vidas sem
propósito.
_
Dormirei para sempre em meu mausoléu. Jamais despertarei novamente.
_ Já
dormes desde 1164. Estamos em 1938, sabes?
_ Sim.
Preferirei não pensar em datas.
_ Reencarnarás
em forma de gato. Não reclames, pois deverás nascer em 2011.
_
Preferirei assoprar um livro em ouvidos humanos. O livro se chamaria A morte do cisne. Terei um lar em vida?
_
Sim, serás adotado e viverás muito bem mas deverás ensinar tudo que sabes sem
nenhuma palavra. Entendeste bem? E viverás bastante.
O
tempo volúvel. As pequenas metamorfoses. Grandes sonhos que se quebram ao meio.
Pequenas vidas sem propósito. A multiplicação do vinho. La cantina dei poeti.
Il silenzio della poetessa. Não, não existe. Nada existe. Apenas a rainha
virgem e seu séquito de estrelas que, felizmente, não foram assassinadas. Puras
ilusões e verdades disfarçadas em essência de baunilha. Acordemos.
Liz Christine
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