quarta-feira, 2 de abril de 2014

La finestra


O sentido súbito da tristeza. Desconcertada.

Non lo so. Sto leggendo i suoi begli occhi. La lettrice di racconti russi.

Onde tudo transborda incertezas ainda resta uma vaga noção de transparência instantânea – os belos olhos da gata enamorada (...).

Não diga nada – novamente. Il lettore dei libri di Baudelaire si chiama Sócrates. Já o conhecemos. Il nostro gatto rosso Sócrates (...). Sócrates enamorado através da Lua fria – hoje ela está fria. Sim. Mas nem sempre. Transbordando sentidos aveludados – tão naturalmente macios quanto os belos olhos da gata (innamorata di chi?)...

Sim, a Lua está fria e cansada. Já se transbordou excessivamente. Agora se calou então. Trancou-se em seu mundo particular habitado por estrelas – todas as amantes da Lua. Ela detesta o Sol. Queima. Atrapalha a visão. Faz mal. Talvez você não pense desta forma. Mas esta é a opinião dela. Durante raros eclipses bebem vinhos italianos e tentam amenizar as desavenças mas terminam sempre se afastando por longos e indeterminados períodos.

“Per le popolazioni classiche, egizi, greci e romani, il gatto nero era visto positivamente perché era semplicemente il colore della notte con la Luna e le stelle. Era il colore preferito di Iside e di conseguenza il gatto nero era il più sacro per gli egiziani e per i devoti di Iside. Iside, inoltre, era la dea della buona sorte e della fortuna.”

A gata branca, Bastet, e a gata siamesa – Cristina, e a gata rajada de olhos verdes (ela me pediu que não divulgasse o seu nome)...

Todas elas se entristeceram após um filme – qual? Elas me pediram que não divulgasse o nome do filme. Sigilosamente. A sensibilidade acima da média. Não há mais respeito pelas sensibilidades? Essa palavra anda em desuso? Foi tirada da linguagem informal e cotidiana? A regra agora é vencer a qualquer custo – atropelando qualquer coisa. Atropelando sensibilidades mais sutis ou elaboradas. Esta é a regra do Sol. E por isto a Lua está parcialmente fria neste instante. Ela o ignora. Aliás ela está descansando em espaço privado – ainda não se pronunciou publicamente. Sócrates a encontrou em uma página de livro descansando um pouco com três de suas estrelas. Ainda não é o turno dela lá no céu. O céu é aqui. No coração das corujas, nos belos olhos da gata, no colo das babuskas, nas sapatilhas colecionadas e em trechos que revemos sempre. Trechos de filmes ou balés. Pequenos goles de café ou chá (Twinings é o favorito de todas as gatas e também de Sócrates). Macaron de pistache. Pasta con broccoli e formaggio. La colazione, il pranzo, lo spuntino, la cena – i pasti...

Sócrates e seus brinquedos. Sócrates e seu travesseiro. Sócrates e seus desejos platônicos. Todos platonicamente correspondidos. A vida felina e o cotidiano das babuskas e fadas. Sta piovendo, chiudi la finestra per favore...

Liz Christine

Um comentário:

PAULO TAMBURRO. disse...

LIZ,

sou o seu vigésimo oitavo seguidor!

Amos gatos,definitivamente e me distrai bastante por aqui!

Voltarei sempre, afinal gostos em comum nós temos e espero que possa visitar também os meus blogues e caso queira seguir, ficará estabelecido o link.

Um abração carioca minha conterrânea.