sexta-feira, 12 de março de 2010

Tais acordes

Uma xícara azul sobre o chão cor de neve quando a incoerência transborda silêncios – e lá de fora vem barulho de cachoeira sorridente (...). Ah preciso de algo no lugar de ex-cigarrilhas, mas quê? Essa incoerência me inquieta um pouco mas (quê?) em um minuto apenas estarei vagando tranquilamente entre uma árvore e outras. Da árvore que quase alcança o (meu) céu nascem estrelas que mergulham em um rio de profundidade duvidosa e tão difícil de adivinhar (já nem tento, e me ausento). Sinto minha própria ausência quando ouço certas teclas de piano ou tais acordes na voz dela (sempre ela). Mas quê ela tenta mais uma vez me dizer agora? Prefiro me sentir nua sobre a nudez dela depois de tantas vezes mergulhar no céu (...). Mas quê é que ela tanta fala agora que não sei nem mais ouvir de tanto que desejo as estrelas do (meu) céu brotando de árvores que moram no quintal dela? É, o quintal dela é um tanto quanto bagunçado – ou seriam meus passos bagunçando o quintal dela? Também tenho meu próprio quintal onde deslizo sobre a neve quando a incoerência transborda suaves silêncios que preenchem uma xícara azul (...). Café, neve, pétalas de rosa, mel e traços de baunilha – mais trevos de quatro folhas, árvores e nuvens de caramelo. E então eu creio ainda que – antes eu preciso me perguntar se (esqueci a pergunta). E então eu creio mais em liberdade ou em solidão ou em autonomia ou em asas entrelaçadas ou em casais que se adoram ou em tentativas vãs de fugir da norma ou em infinitas possibilidades que se combinam gerando inúmeras alternativas que descarto ao lembrar de uma pergunta que talvez eu já saiba a(s) resposta(s)? Ah. Sim, esqueci de contar a ela que não vou dizer nunca mas é sempre bom escutar e nunca é um termo bastante vago (...). Mas ela já sabe disso.

Liz Christine

Nenhum comentário: