quarta-feira, 3 de março de 2010

Indissolúvel


Amor (?). Acho que não preciso disso (…). Sim, há um vazio dentro de mim em algum lugar não localizado ainda, onde seria? Acho que já sei, em um instante preciso onde me concentro eu te descubro (mais?). Posteriormente te esqueço (mais ainda?). Não, nem quero, nem se aproxime muito, porque em verdade posterior a essência que nos resta é uma equação: indissolúvel (e não me diga mais uma vez porque não preciso disto, sabe?). Amor (?). Acho melhor me trancar em um banheiro todo cor de rosa (sem azul?) onde as torneiras desenham um beijo trocado sem muitas palavras (...). Não tantas assim, sabe?

Eu tranquei meu coração ontem, o que não me impede de contemplar um sonho (...).

Sem compromisso nenhum a não ser com a própria essência de mim mesma que está em toda parte onde me escondo expondo minha sincera aceitação de uma simples equação indissolúvel (...). É que dentro do mar há sombras se confundindo com profundidades e não é mais o momento de mergulhar (quando foi mesmo?). Quando foi mesmo que pronunciei espanto e ouvi silêncio? Quando foi mesmo que senti amor e dissimulei quereres? Quando foi mesmo que escolhi a melhor fatia para mim mesma? E quando foi mesmo que pude mergulhar em águas tão tranquilas quanto o olhar de uma borboleta de asas brancas? Enfim... meu amor se encontra em algum lugar tão distante já agora que nem mais sei se tenho ainda a chave do quintal que mora em algum lugar bem no centro da minha existência vã (...).

Ah sim, tranquei meu coração hoje também e se por algum descuido eu esquecer de trancá-lo ao acordar amanhã espero que não me aconteça de ele ser habitado novamente (...) Mas não (te) esquecerei.

Liz Christine

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