sábado, 8 de agosto de 2009

Do meu casulo


Deitada em minha cama eu beijo o mundo todo em pensamento. Eu saio de casa e percebo mulheres que nunca havia visto antes nos lugares de sempre. Elas me dizem que estão frequentemente ali mas eu não as via antes. Dou meu telefone ou celular a pessoas que provavelmente não vou ver mais a não ser que eu saia novamente do meu casulo. Eu permaneço e me vou e me sou e te percebo. Permaneço quieta em movimentos fluidos e circulares de forma abstrata. E me vou construindo para desconstruir o meu medo. Revitalizar um certo quê que me torna palpável. Sim, eu quero. Eu quero me ser ao te ter por perto. Livre sem esconderijos. Mas você insiste – tua maneira de jogar as palavras. Eu danço com a tua voz inquieta tentando me comunicar algo que não é inteiramente necessário – esqueça as palavras por algumas horas, eu te peço. Deixa teu corpo ser direcionado a partir de meus movimentos volúveis. Eu não vou te responder nada mais. Eu nem sequer sei se vou te ver de novo – é que soa imprevisível, mas eu creio. Eu ainda acredito em amor à primeira vista – mas nem sempre isso acontece. Grande parte das vezes não é nada demais – nada mais profundo se desenvolve. Sinto o cheiro do mar e beijo o teu mundo em minha cama.

Liz Christine

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