sexta-feira, 16 de maio de 2008

Rio principal

Quero beijar sua boca antes que a noite se desfaça. Só existo depois que a noite cai. A noite desliza pelos meus quadris como as palavras doces caem dos meus olhos. Choro todas as mentiras e verdades contadas em nome do amor. Quando você se interessar por outra, não vou pensar em terminar nem em me sentir triste ou desesperada ou, muito menos, não vou nem pensar em fazer uma cena. A liberdade deve ser para todos. Tive uma namorada que se eu beijasse outra, às vezes ela se divertia e se juntava à nós e outras vezes ela me batia ou me agredia verbalmente. Outra namorada ameaçava terminar comigo. E outra entrava em depressão mas nunca reclamava abertamente. Não escondo meus sentimentos. Não vou entrar em depressão sem dizer nada. Só entro em depressão quando me sinto um pato fora d’água. Incompreendida, injustiçada, presa, asas podadas. Pode fazer como quiser. Quero viver à minha maneira. Mas eu devo ser a sua escolha. E você deve ser meu caminho. Tenho que achar que te amo acima de qualquer outra. E você deve me achar mais especial que qualquer uma. Todas são especiais, mas eu devo ser sua preferida. E você tem que ser meu chão. Posso ser seu rio. O rio principal. Tenha quantos afluentes desejar. Me deixa desejar outros lábios que não os teus. Mas se você não concorda... não vou mais brigar pelas minhas idéias como antes. Nem vou mentir. Quando ninguém mais concorda com você é a hora de admitir para si mesmo – ou o mundo é atrasado e não merece alguém como você ou você está errado. E não cheguei à nenhuma conclusão... só sei que te amo e não quero te perder.

Liz Christine

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