domingo, 2 de janeiro de 2022

(Re)vejo poemas

 


Os olhos do anjo eram azuis. E os olhos de Myrtha são negros, como Sócrates e Colette sabem e vêem. A insanidade espreita lá fora, mas não a ouço e não a vejo e não saio mais para nada. Fico aqui, vejo poemas, respiro a tranquilidade, digo olá às plantas, e beijo a única matrioska que me vê inteira em sonhos. Há outra matrioska, e mais outra, a coleção é pequena, e converso com elas e elas me escutam. Elas também falam, e também sonham. Digo olá às plantas, faço mais e mais café, vejo poemas, respiro a tranquilidade, repito, calo, falo, vejo poemas. E Sócrates me conta sobre um livro. E me explica algumas coisas que não posso falar. Então revejo, calo, falo, vejo poemas.

 

Liz Christine

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