Naquela época, o passado se encontrava logo ali, quase presente
E antes nem havia passado, tudo era presente, e tão presente
E ainda antes nem presente havia, nem o antes do presente
Só o porvir e o durante e o porvir
E agora um poema para Maio e um poema para Novembro
E a prosa poética para Dezembro ou para Setembro ou para Outubro
E a visão simultânea e os poemas embaralhados
E a trança e a gata persa ou siamesa
E o gato laranja e sonhos entrelaçados
E nada que possa ser pronunciado sem reservas
Ou quase tudo é mais ou menos possível ou ilegível
Traduzir silêncios Traduzir miados
Não traduzir os sonhos e colher gardênias
De novo elas, as gardênias
E as rosas e os lilases.
(A coruja me contou que já não compreendia os humanos e me perguntou se eu discordava. A coruja dançou e disse que as palavras eram desnecessárias. A coruja veio me fazer companhia e ela era o meu presente tanto quanto os livros de poesias que o meu doce sonho trazia de presente de vez em quando.)
Liz Christine
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