Framboesas. E saudades da Itália.
Ela lembrou de Mântua. Ela fez café. Ela suspirou.
Eu me olhei no espelho. Eu bebi uma xícara de café. Eu
abri o livro.
Fazia frio. Eu estava com sede.
Framboesas. E saudades da Itália.
Eu lia. Ela lia. Eu escrevia. Ela lia. Eu suspirava.
Ela suspirava. Fazia frio. Eu estava com sede. Ouvia-se música. Ouvia-se
silêncio. Bebia-se café. Os minutos passavam. As horas se multiplicavam. A
saudade me reteve. Mas continuei caminhando. Não olhei para trás. Não olhei
para os lados. Ela lia. Eu lia. Eu escrevia. Eu continuava lendo. Eu lembrei de
Mântua. Ela suspirou. E então trancamos a porta à chave. E nada mais ouvimos
que não fossem as saudades e as framboesas. Ouvimos as saudades. Escutamos as
framboesas. E nada mais nos reteve. A saudade se desfez, e o silêncio se
manteve. Mas o silêncio escrevia, escrevia todos os dias. E ela lia, e eu lia.
Liz Christine
Nenhum comentário:
Postar um comentário